DOMINGO 1º de ADVENTO
Este é o tempo de espera e anseios,
de ilusão, de sair aos entroncamentos e caminhos.
É um tempo de olhos abertos,
de olhares largos como o horizonte
e de passos ligeiros pelas ruas e praças.
Este é o tempo de salas de espera,
de viagens que aparecem de surpresa,
de caminhadas alegres e longas,
de sonhos bons que se realizam
e de grávidas cheias de vida.
Este é o tempo de pregões e sobressaltos,
de vigias, sentinelas e carteiros,
de trovadores, profetas e peregrinos,
e de todos os amantes da utopia
que vão atrás da estrela que brilha.
Este é o tempo de luzes, candeias e velas,
de portas e janelas entreabertas,
de sussurros, sendas e balsas,
de marcas no céu e na terra
e, também, no coração das pessoas.
Este é tempo de pobres e emigrantes,
de párias, exilados e deslocados,
dos despejados das suas casas
que se embebedam e molham as ruas
e de todos os que não têm nome.
Este é o tempo dos que não chegam e rezam,
de lares que que se renovam e mantêm,
dos que discernem serenamente
e daqueles que sofrem a crise, mais forte,
apesar de tantas promessas eleitorais.
Este é o tempo de andar por outeiros e vales
de cantar pelas cadeias que se abrem
de romper grilhões, correntes e forças,
de cingir-se de coroas de serviço e dignidade,
e de amadurecer como as folhas que voam.
Este é o tempo de Isaías e João Batista,
de Maria e de José, sem pesadelos,
embarcados na aventura divina
e passando em vigia as horas nazarenas.
É tempo que gesta as promessas.
Este é o tempo de boas notícias!
Florentino Ulibarri
Traducción de Marcelino Paulo Ferreira